segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Zero Não é Vazio - Coleção das coisas Inuteis

O Zero Não é Vazio

Solo de Dario Albuquerque


O tempo me tragou como um jovem homem traga uma cigarro
Não passo de fumaça, ou cinzas
O agora é irreversível
Tudo passa
Até que as cinzas e a fumaça deixem de existir


Dançar para alguém, para o nada ou para mim mesmo, dentro de uma busca eu me perco e me acho em uma cultura frágil e consumista, onde as relações tendem a ficar cada vez mais fragmentadas e volúveis, que faz de pessoas números ou produtos, que favorece o “produto” pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas e garantias de seguro total e devolução do dinheiro. Vivemos em tempo de relações corrosivas e efêmeras onde a promessa de aprender a amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa” à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço.
Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas e proporções enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos.

Um comentário:

Almyr Rodrigues disse...

Meu jovem!

Além da boa leitura que tenho ao comparecer aqui, ainda tem a boa música... Fiquei encantado com a música Mapa Mundi... Muito boa!

Abraços